terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não continue a nadar, não continue a nadar...

Sempre soube que mentira tem perna curta. Se isso fosse verdade, eu conheço uma pessoa que seria manca. Aliás, nem pernas teria e isso seria perfeito. Jamais andaria por aí dissipando suas mentiras por onde passa. Como, infelizmente, não é esse o caso, eu fui mais uma de suas vítimas. Logo eu que sempre defendi a verdade com todas as minhas forças, me deixei levar por um mar de ilusão. Nadei contra a correnteza, mas ela me trouxe de volta a terra firme e de longe pude observar melhor tudo que o mar ferozmente despejava. Não gostei nada do que vi e hoje, decepcionada e cansada de tudo isso, vou procurar me afastar do mar e de todo manco que aparecer pela frente.

Já fez sentido algum dia...

Ilusión

Composição: Julieta Venegas / Adaptação para o português: Marisa Monte e Arnaldo Antunes

Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi
Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella no supe que hacer
y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver
Por ella no supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Viver-la feliz
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque no me dejo
Tratar de ser la feliz
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Maldito arco-íris!



Eu vivi por muito tempo em um mundo colorido. Em um mundo onde a alegria reinava e tristeza alguma chegava perto. Eu adorava brincar com as cores e com todas elas eu coloria os caminhos por onde eu percorria. Pintava sonhos lindos e desenhava corações que não tinham dono sequer, mas eram carregados de sentimentos verdadeiros. Até que um dia o Arco-Íris com ciúme de todas aquelas cores exigiu que eu escolhesse uma entre elas. Fiquei triste pois sabia o quanto elas me amavam e o quanto eu também as amava, porém não tive escolha a não ser escolher. Fechei os olhos e abracei a primeira que eu pude. Quando eu acordei, achei que eu houvesse me perdido e fui parar no meio de um enorme campo pois tudo ao meu redor era verde. Pouco depois me dei conta que tudo em mim também havia se tornado verde, inclusive o meu coração. Me conformei e com o passar do tempo começei a achar que nunca mais iria gostar de outra cor. Outro dia então, o Preto com inveja por não ter sido escolhido, resolveu invadir a minha vida e o Verde saiu de fininho. Assim que o Preto invadiu, fez estrago por onde passou dando espaço apenas ao Vermelho. Ai o Vermelho... Pareceu ser a solução de todos os problemas. Chegou na hora certa e me fez esquecer de todo o meu passado verde e negro. A cor da paixão com certeza era o que faltava em minha vida. Ela me fez lembrar de todos os corações que um dia eu já pintei. Só que esses corações não eram carregados de sentimentos e, muito menos, de sentimentos verdadeiros. Todos eles eram mentiras. Mentiras que me fizeram pela primeira vez usar uma borracha e apagar tudo, surgindo, por fim, o Branco. O Branco pode até parecer meio vazio, mas por agora me caiu super bem. Uma ótima companhia, pra quem sabe me ajudar a voltar a colorir de novo.